Fim de Citação foi um espectáculo criado pela Cornucópia, em 2010, quando começou a sentir-se na pele, pelos enormes cortes no financiamento dos teatros, que o "estado do mundo" não deixava que o teatro continuasse a ser trabalho artístico e tinha de passar a ser "indústria cultural". Acabou por ser, talvez, o mais pessoal e livre de todos os nossos espectáculos. Luis Miguel Cintra Teatro da vida ou “Tomei nesse espectáculo a liberdade”. “Hoje, ao ver as notícias, percebi, depois das imagens de um terramoto nas Filipinas seguidas de refugiados na Síria e de afogados no mediterrâneo, que uma obra de arte tem que estar viva. O teatro anima histórias, que precisam dos vivos para que as reanimem e não morram com o autor. O cinema (que por si só, não é uma arte) também precisa de reanimadores. O teatro e a vida dele, isso foi o que nos inspirou a filmar este espectáculo (que não é a vida). O espectáculo da vida é isso mesmo, o abismo da morte.” O Nuno tem cursos de Primeiros Socorros e de SBV, Suporte Básico de Vida. Escreveu o texto acima, que subscrevo. Ao contrário do cinema que fixa imagens e sons, fragmentos de tempo e espaço, ir ao teatro é uma experiência irrepetível. Voltar a ver uma peça provavelmente de outro lugar na plateia, assistir a esse espaço tridimensional onde os actores recriam o texto, é ver outras coisas. Vimos esta peça como espectadores anónimos. A nossa proposta de filmar o Fim de Citação em continuidade, durante outra representação, utilizando 3 câmaras emprestadas durante umas horas (com diversas contingências técnicas) e sem planificação prévia, é também o desafio de cruzar os pontos de fuga dos nossos sentidos, e a partir deles reconstruir um Fim de Citação. Permitir que o espectáculo sobreviva à efemeridade de 21 representações. "Estamos prontos para novas aventuras. E com o humor que deve ser o sal da vida." Fim de citação. Joaquim Pinto Duração: 89 minutos Teatro da Cornucópia © 2013 |
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